quarta-feira, novembro 01, 2006

Vôo 93

Faz mais de cinco anos, mas as cenas não saem da memória. Muitas pessoas são capazes de dizer o que estavam fazendo no momento em que um dos maiores atentados terroristas da história acontecia nos Estados Unidos. Em questão de minutos, dois grandes símbolos da América – as Torres Gêmeas do World Trade Center e o Pentágono – foram atingidos por aviões comerciais dominados por terroristas islâmicos.

O plano terrorista era causar estrago com quatro Boeings, mas um deles atrasou a decolagem e a tripulação e os passageiros acabaram sabendo o que estava acontecendo. “Vôo 93” (Estados Unidos, 2006), dirigido por Peter Markle, é um drama envolvente e tenso do começo ao fim. Os eventos e diálogos foram reconstituídos a partir de horas de entrevista com controladores de vôo, militares e com as famílias dos 40 passageiros e tripulantes que estavam a bordo do Boeing 757 da United Airlines. Essas entrevistas, juntamente com as gravações de vôo e outras informações se tornaram a base do filme que quase poderia ser considerado documentário.

Um grupo de atores talentosos, mas pouco conhecidos, interpreta as pessoas comuns que embarcaram para a morte naquele fatídico 11 de setembro. A decisão de tomar o avião dos terroristas, a fim de que não destruíssem a Casa Branca, os telefonemas de despedida para os parentes e os últimos instantes antes da queda; tudo é contado em cenas e diálogos carregados de muita emoção.

É um filme que faz pensar na fugacidade e fragilidade da vida, e em como certas coisas como carreira, dinheiro e sucesso se tornam tão pequenos em face da morte. No fim das contas, o que realmente importa são os relacionamentos, as pessoas a quem se ama, a família.

Especialmente tocante é o momento em que um dos passageiros pede a uma atendente da companhia aérea que ore com ele ao telefone. Em situações extremas, quase todo ser humano percebe sua finitude e se volta para Deus.

Michelson Borges