As
criaturas famosas que povoam o oceano do entretenimento - Moby Dick, Flipper, a
baleia Willy, Bob Esponja, Polvo Paul, entre outros -
acabam de ganhar um novo companheiro, a protagonista de “Winter, o Golfinho”,
filme claramente destinado ao público infantil. Os adultos podem torcer o nariz
- afinal, o filme é um tanto óbvio -, mas, para a criançada, funciona bem.
Golfinhos são animais cativantes e inteligentes, e o cinema sempre lhes
ressalta essas qualidades. Nos Estados Unidos, o filme, que retrata uma
história real, chegou a liderar a bilheteria em sua estreia, há duas semanas. A
golfinho Winter encalha numa praia da Flórida, com a cauda seriamente
machucada. Com a ajuda de um pescador e de um garoto chamado Sawyer (Nathan
Gamble, de “Marley e Eu”), a golfinho é levada para um aquário público, onde
receberá atenção de veterinários e alimentação, enquanto se recupera num
tanque.
Sawyer,
que é uma criança-problema para a mãe (Ashley Judd), deixa de frequentar a
recuperação na escola durante as férias de verão e passa a ir todos os dias ao
aquário para visitar Winter. Ajudar o animal a se recuperar torna-se a razão de
viver do garoto.
Mas,
para o diretor Charles Martin Smith e os roteiristas Karen Janszen e Noam
Dromi, pouca desgraça é bobagem. Não basta a golfinho perder o rabo e ter
dificuldade para se locomover, como também começa a ter problemas na coluna.
Além disso, o aquário não tem mais verba, deverá ser fechado e nenhum zoológico
ou outro aquário quer ficar com Winter.
E
não para por aí. Paralelamente, o primo de Sawyer é um jovem soldado (Austin
Stowell), recém-saído da academia, que se fere e fica preso a uma cadeira de
rodas e não mais pode seguir em frente com sua carreira promissora como
nadador.
A
novidade na história acontece quando o veterinário (Harry Connick Jr.), aliado
a um protético (Morgan Freeman), tenta inventar uma cauda artificial para o
animal. Ao mesmo tempo, a filha do veterinário (Cozi Zuehlsdorff) e Sawyer
armam um evento para salvar Winter e o aquário.
“Winter,
o Golfinho” desliza para um melodrama em vários momentos. Mas a história real
da golfinho torna-se um símbolo de superação. Motivando crianças com problemas
físicos, consegue ser emocionante sem nunca cair no exagero ou na manipulação.
Talvez esteja aí - mais na questão da capacidade individual de cada um do que
na superação em si - que resida o que há de mais interessante e importante no
filme.
Nota:
O filme é realmente bonito e mostra a que ponto pode ir a amizade entre um ser
humano e um animal. Mas há um detalhe reprovável: a certa altura, a filha do
veterinário (uma menina muito simpática), em oração, pede à mãe falecida que a
ajude a salvar o golfinho. É uma prece de poucos segundos, mas que precisa ser
explicada aos filhos de pais que se preocupam com a educação bíblica de suas
crianças, já que, segundo a Bíblia, os mortos não podem ouvir, muito menos
atender as orações dos vivos (saiba mais aqui).[MB]