Você
consegue imaginar sua vida sem GPS? Talvez você até consiga, mas os pilotos de
avião e comandantes de navio não mais. Consegue imaginar um mundo sem
telecomunicações, sem telefonia para outros países ou mesmo transmissão de TV
via satélite? Essas facilidades do mundo moderno podem ter fim a qualquer
momento, e tudo por culpa do lixo produzido pelos seres humanos. Para chamar atenção
para essa realidade (não tão exagerada quanto no filme, mas real), o diretor mexicano
Alfonso Cuarón levou às telas o filme “Gravidade”, estrelado por Sandra Bullock
e George Clooney. Para quem gosta de filmes espaço-siderais, um prato cheio.
Para quem gosta de precisão científica, valeu o esforço dos produtores (o filme
chega bem perto de retratar com precisão a realidade das viagens orbitais e os
perigos envolvidos nessas empreitadas, mas não sem erros praticamente inevitáveis). Indicado a dez Oscar, “Gravidade” também traz à tona discussões filosóficas
e até teológicas.
Além
das filmagens praticamente sem edição, apenas com movimentos de câmera, e dos
diálogos entre os dois astronautas e depois os monólogos da Dra. Ryan Stone
(Bullock), que seguram o filme do começo ao fim, o que me chamou a atenção
foram duas coisas mais: a fragilidade da vida humana e a necessidade de Deus,
independentemente da nossa formação. Quando três astronautas que faziam reparos
no telescópio espacial Hubble são atingidos por destroços de um satélite russo,
começa uma desesperada luta pela vida. E no momento em que a astronauta,
cientista, racional se dá conta de que vai morrer sozinha (perdoe-me por
adiantar esse detalhe), ela lamenta não ter aprendido a orar e pede para uma
pessoa na Terra (cuja transmissão de rádio ela captou) orar por ela. Na solidão
angustiante do frio espaço sideral, ela se dá conta de que dentro do coração
carrega um vazio ainda maior (foi minha leitura).
A
fragilidade da vida humana é o outro aspecto interessante do filme. E uma cena,
em especial, deixa isso evidente: quando Ryan consegue, finalmente, entrar na
estação espacial em busca de oxigênio e segurança. Ela se desvencilha da roupa
espacial e, em posição fetal, descansa um pouco, flutuando na ausência de gravidade
(só faltou a fralda, que os astronautas usam por baixo da roupa, mas acho que o
diretor não quis tocar no “assunto”). Alguns cabos dão a impressão de ser um
cordão umbilical, compondo o “cenário uterino”. E isso me fez pensar: Se, para
manter um ser humano vivo, no espaço, é necessário todo um aparato tecnológico
inteligentemente projetado para controlar temperatura, pressão, níveis de
oxigênio, etc., etc., etc., quem teria estabelecido e regulado as condições da
frágil “nave” Terra, a fim de que pudéssemos viver nela?
O
DVD vale também pelos extras que não podem deixar de ser vistos. Um curta-metragem
que mostra uma parte “oculta” do filme principal e um documentário sobre o
problema do lixo espacial. Curiosidade: a Estação Espacial Internacional viaja
a 17.500 metros por hora, o que faz com que ela dê uma volta ao redor da Terra
em 90 minutos, e esse é exatamente o tempo que dura o filme.
Michelson Borges
5 comentários:
Ótimo filme, impressionante como um filme com apenas dois personagens principais, pode ser tao interessante! Para amantes de um bom filme, eu indico!
Parece haver um equívoco na velocidade da estação espacial. Não seriam 17.500 Km/h?
Puxa! Deu vontade de assistir "gravidade", mas esta postagem já contou o final. Bah!
Esse filme vai contra a lógica. E creio que vai contra o relato bíblico da criação. Ele é uma mentira.
muito bom esse filme. ja vi 2 vezes, recomendo.
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